terça-feira, 10 de abril de 2012

O Navio-Chefz Nato - o USS BIGELOW ( DD942 )Atribuìdo à STANAVFORLANT

OS TEMPOS DE ATRIBULAÇÕES INUSITADAS

O Navio-chefe



O USS BIGELOW (DD942), atribuído à STANAVFORLANTde 19JAN a 28JUN71, revelou-se-nos um antiquado contratorpedeiro com cerca de 4000 toneladas de deslocamento máximo, 127 metros de comprimento e um notório calado de 7 metros (nos hélices). Entrado ao serviço da U.S. Navy em 1957, pertencia à classe "Forrest Sherman", a primeira de navios americanos desse tipo pós-2ª Guerra Mundial. Não possuía nenhum sistema de mísseis e o seu armamento principal consistia em 3 peças de 127mm. Em termos ASW, tinha um sonar de casco, 2 tubos triplos lança-torpedos, dois reparos Hedgehog (ou Ouriço, na já vetusta designação portuguesa) e calhas de bombas de profundidade. Não dispunha de helicóptero orgânico, nem sequer de plataforma de aterragem e, por via disso, não estava equipado com amortecedores de balanço. A contrastar com estas características, a sua instalação propulsora de turbinas a vapor permitia-lhe a velocidade máxima de 33 nós e uma autonomia de 4500 milhas a 20 nós.

Embora todos os espaços de habitabilidade do navio dispusessem de ar condicionado, os alojamentos distribuídos aos oficiais do estado-maior da STANAVFORLANT eram de uma austeridade draconiana, muito aquém dos padrões normais das marinhas europeias. O SOO e eu próprio a custo nos podíamos movimentar se estivéssemos ambos de pé no nosso camarote: um apertado armário duplo para pendurar fardas e fatos civis, duas ou três gavetas à disposição de cada um para camisas, roupa interior e agasalhos; e, principalmente, duas estreitas placas metálicas de abater à guisa de mesinhas de trabalho conferiam àquele nosso poiso atractivos capazes de seduzir somente contorcionistas de circo. Além disso, como verificámos nos primeiros dias de mau tempo a navegar, os efeitos do balanço inviabilizavam quase por completo as nossas tentativas de redigir mensagens e elaborar relatórios no camarote - onde só os beliches nos surgiam francamente acolhedores.

A primeira reunião de comunicações da Força no ano de 1971 realizou-se a bordo do BIGELOW, na véspera da entrega do comando, para estabelecer o plano de frequências e o programa de exercícios a vigorar durante o trânsito Roterdão-Plymouth. Estiveram presentes os chefes dos serviços de comunicações dos restantes quatro navios que constituíam então a STANAVFORLANT:

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